Gengivite: conheça os principais tratamentos
Cuidados diários são essenciais para que a doença não evolua para uma periodontite
A boca pode ser um grande acesso para a entrada de bactérias. E se a higienização do local não for realizada corretamente, esses microorganismos criam uma placa bacteriana que se aloja nos dentes, próximo à gengiva, ocasionar um quadro de inflamação: a gengivite. O problema tem se mostrado cada vez mais presente nos consultórios odontológicos e chama atenção dos profissionais de saúde. "Geralmente o paciente não faz escovação adequada, nem passa fio-dental ou vai ao dentista, dessa forma ocorre um acúmulo da placa bacteriana no local, que endurece e evolui para o cálculo dental (conhecido popularmente como tártaro)", descreve a odontologista Deborah Lee, responsável técnica da Odontoclinic Vila Mariana (SP). O tártaro não pode ser removido apenas pela escovação, e se acumula, irritando a gengiva e causando sua inflamação.
O quadro de gengivite em si é simples. No entanto, se a inflamação não for tratada, pode evoluir para uma situação mais séria: a periodontite e se espalhar para outras estruturas, como os tecidos periodontais, que ligam o dente aos ossos, levando até mesmo à queda dos dentes. Vale lembrar que periodontite é a principal causa de perda dental em adultos. Portanto o ideal é previni-la, evitando a gengivite e tratando-a quando ela aparece.
Os principais sintomas da gengivite são sangramento durante a escovação e uso do fio dental, inchaço e sensibilidade. Mas se você perceber isso, não se preocupe: o tratamento da gengivite é bem simples! "A gengivite é reversível e pontual, mas precisa da colaboração do paciente para ser tratada", ressalta a dentista Nathalia Moraes especialização em Periodontia pela Associação Brasileira de Odontologia (ABO-RJ). Veja a seguir quais os passos do tratamento.
1. Limpeza no dentista
O primeiro passo ao detectar a gengivite é procurar seu dentista, afinal quando a placa bacteriana endurece e o tártaro se forma, a escova de dentes e o fio dental não dão mais conta de removê-la. "Sendo assim, é feito um processo chamado raspagem, que pode ser realizada com aparelhos de ultrassom ou manualmente com curetas periodontais", conta Deborah Lee.
A raspagem é um processo que costuma dar um pouco de aflição, mas costuma ser indolor, não sendo necessário anestesia.
Muitas vezes o paciente pode aparecer no consultório apenas com placa bacteriana, algo bastante comum em crianças. Nesses casos a limpeza é mais simples, usando apenas a escovinha comum.
2. Higiene bucal correta diária
Depois disso, é preciso que o paciente retome uma rotina de higiene bucal mais cuidadosa, conforme orientada pelo odontologista. "É importante escovar os dentes três vezes ao dia e usar o fio dental duas vezes, principalmente quem já teve gengivite", explica Deborah Lee. A escovação antes de dormir é a mais importante, já que o fluxo de saliva é menor quando dormimos, tornando-se um ambiente propício para proliferação de bactérias.
É preciso ser minucioso na escovação. "O importante não é a força, mas passar as cerdas da escova em todas as faces do dente, garantindo que a placa bacteriana seja removida de todos eles", descreve Nathalia Moares.
3. Enxágue antisséptico
Muitas vezes o uso de enxaguante bucal pode ser indicado. "Existem os bochechos com clorexidina, que devem ser prescritos pelo dentista pois seu uso é indicado por entre sete e 15 dias. Isso porque podem causar manchas nos dentes, entre outros problemas", explica Nathalia.
O uso de enxaguantes comuns depois desse período também é interessante, já que eles também atuam na redução dos micróbios na boca. "Além de ajudarem na limpeza eles contêm flúor, o que ajuda a evitar cáries. Mas nesses casos, não precisam ser usados diariamente", pondera Deborah.
4. Uso de medicamentos
O uso de medicamentos para gengivite na verdade é bastante incomum, e pode ser necessário apenas em casos mais avançados, em que o paciente já está com periodontite. "Nesses casos podem entram com antibióticos, mas eles são administrados mais pontualmente, em geral em pacientes com outras disfunções", considera Nathalia.
5. Alinhamento dos dentes
Um tratamento indireto para a gengivite pode ser investir no alinhamento dos dentes. "Dentes tortos ou encavalados são mais difíceis de passar o fio dental ou a escova, se tornando um ambiente ideal para as bactérias e posteriormente o tártaro", considera Deborah Lee.
No entanto, é preciso tomar muito cuidado com o uso de aparelhos ortodônticos, já que eles também podem favorecer a gengivite. "Os braquetes podem acumular placa, além de tornar a higienização mais difícil, e por vezes negligente", ressalta Nathalia Moares. Nesses casos, é preciso um acompanhamento de perto do ortodontista.
O problema cada vez mais comum, tão recorrente nos consultórios dos dentistas quanto as cáries ou mau hálito. "Ela é uma inflamação na gengiva, tecido de suporte localizado ao redor do dente", explica a odontologista Nathalia Moraes especialização em Periodontia pela Associação Brasileira de Odontologia (ABO-RJ).