• 21/11/2024

    Dia Nacional do Dentista: é hora de valorizar a saúde bucal

    Primeiros cursos de Odontologia foram criados no Rio de Janeiro e na Bahia.

    No dia 25 de outubro foi comemorado o Dia do Dentista Brasileiro e o Dia Nacional da Saúde Bucal. Na data, em 1884, aconteceu a assinatura do Decreto de Lei que separou o estudo da Odontologia das demais áreas médicas. A partir dessa divisão houve a criação dos primeiros cursos de graduação da área, no Rio de Janeiro e na Bahia.

    A data é oficializada pelo Conselho Federal de Odontologia, e também é vista como um dia para trazer conscientização para a importância da saúde bucal e dos profissionais da área. Atualmente, o Brasil conta com mais de duzentos e oitenta mil cirurgiões dentistas, divididos em 22 especialidades odontológicas. Há no país 220 faculdades de Odontologia e cerca de 35 mil entidades prestadoras de assistência odontológica. Apesar de formarem um contingente tão expressivo, os profissionais especializados no atendimento bucal ainda buscam por reconhecimento. “Uma das principais demandas da classe é a maior valorização da importância da saúde bucal”, salienta Juliano do Vale (CROTO 539), presidente do Conselho Federal de Odontologia.

    Claudio Miyake (CROSP 37416), presidente do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), também salienta a importância do reconhecimento da classe, e acrescenta: “Precisamos aumentar o acesso da população brasileira ao tratamento odontológico e às ações de prevenção em saúde bucal. Pode parecer assustador, mas o fato é que 16 milhões de brasileiros já perderam todos os dentes. Eles correspondem a 11% da nossa população. O número é do IBGE e demonstra que precisamos avançar na atenção à saúde bucal em todo o território nacional”, frisa Miyake.

    O presidente do CROSP também faz um alerta para o desequilíbrio entre o número de dentistas e o estado atual da saúde bucal da população brasileira. “O ‘Atlas Global da Odontologia’, publicado em 2009, mostrou que o Brasil possui cerca de 19% dos cirurgiões-dentistas do mundo. Ainda assim, o acesso da população está longe do ideal. Tal contradição ocorre porque a maior parcela do atendimento se dá nos consultórios e clínicas particulares. Precisamos equilibrar essa conta. E isso passa, necessariamente, pela ampliação do serviço público de Saúde Bucal”, salienta Miyake.

    “Infelizmente ainda há uma cultura que quer colocar a odontologia em um plano secundário, enquanto que na verdade nós vemos que se trata de uma questão de saúde pública. O paciente às vezes não compreende que uma boa saúde bucal colabora para a saúde como um todo”, explica o presidente do Conselho Federal de Odontologia.

    Apesar das dificuldades, trata-se de uma profissão gratificante. “O cirurgião-dentista atua não apenas no tratamento e alívio da dor, mas diretamente na preservação da dignidade e autoestima dos pacientes. Também atuamos na prevenção de doenças e podemos salvar vidas. Cerca de 5 mil pessoas morrem todos os anos no Brasil em razão do câncer bucal. Mas incontáveis vidas são preservadas graças ao trabalho dos profissionais que fazem o diagnóstico e encaminham os tratamentos. Tudo isso é extremamente satisfatório. Eu sou cirurgião-dentista e tenho muito orgulho de minha profissão”, declara Miyake.

    De acordo com o presidente do Conselho Federal de Odontologia, restabelecer ou melhorar o sorriso de um paciente é extremamente satisfatório. “Em muitos casos se consegue melhorar a autoestima do paciente, de modo que ele passe a valorizar mais a própria vida. Muitas vezes as pessoas saem do consultório com a sensação de renovação. Poder proporcionar essas transformações no pacientes é muito gratificante!”, finaliza.