• 13/05/2024

    Fratura Dentária - Caso clínico

    Desde uma simples fratura em esmalte até a perda definitiva

    A frequência de traumatismos dentários em crianças e adolescentes tem uma porcentagem alta, sendo que pessoas que apresentam respiração bucal, mordida aberta e que possuem protrusão maxilar são mais suscetíveis à ocorrência de traumatismos dentários1.

    As lesões traumáticas dentárias são classificadas desde uma simples fratura em esmalte até a perda definitiva do elemento dentário, existindo uma predominância de traumatismos dentários em indivíduos do sexo masculino2, especialmente escolares e em fase de crescimento3, devido a quedas, brigas ou lutas, acidentes esportivos, automobilísticos, traumatismos com objetos e maus tratos.


    Classificação

    Características

    Condutas

    Fratura em esmalte

    Perda parcial de esmalte

    O elemento fraturado deve ser armazenado em soro fisiológico para colagem.

    Fratura em esmalte e dentina

    Perda parcial de esmalte e dentina, sem envolvimento pulpar

    Pode ser realizada a restauração ou a colagem do fragmento.

    Fratura coronária

    Fratura dental envolvendo esmalte, dentina e polpa

    O atendimento de urgência deve ocorrer em até três horas após o trauma, com intervenções menos invasivas e melhor prognóstico.

    Fratura de coroa e raiz

    Fratura de esmalte, dentina, cemento e polpa, podendo ocorrer no sentido axial como horizontal com presença de mobilidade

    Se a fratura for horizontal pode-se manter o elemento radicular por meio de técnicas de reposicionamento dental. É necessário o tratamento endodôntico pelo risco de necrose pulpar. O rápido atendimento após o trauma oferece melhor prognóstico. Na fratura vertical, o único tratamento é a extração do elemento dentário.

    Fratura radicular

    Fratura envolvendo dentina, cemento e polpa, presença de mobilidade dental

    Reposicionamento dental e contenção rígida. Pode ser necessária a realização do tratamento endodôntico em alguns casos.

    Fratura da parede e processo alveolar

    Fratura envolvendo a parede óssea do alvéolo envolvendo ou não o elemento dental

    Reposicionamento do fragmento e contenção rígida ou semirrígida por quatro semanas. Necessidade de acompanhamento odontológico depois de quatro, oito, 24 semanas a um ano.

    Tabela 1 - Classificação segundo Andreasen

     


    A higiene bucal com escovas dentárias macias e a limpeza com solução de clorexidina a 0,1% é necessária após o trauma dental para prevenir o acúmulo do biofilme dental e melhorar o prognóstico no trauma dentário4.

    É de extrema importância que o Odontólogo esteja apto ao manejo do paciente quando se depara com um caso de fratura, tanto no aspecto técnico como no controle psicológico do paciente.

    O paciente J.N.A, de 9 anos, aluno do Centro de ensino fundamental nº7 de sobradinho 2-DF, foi atendido na clínica odontológica após queda. Foi constatada fratura de esmalte e dentina, sem exposição de polpa e ausência de dor. Foram realizados os procedimentos preparatórios e a realização de resina fotopolimerizável (Cor A3), devido à ausência dos fragmentos dentários.

     

     

     

    Referências Bibliográficas

    Soriano EP, Caldas Jr AF, Góes PS. Risk factors related to traumatic dental injuries in Brazilian schoolchildren. Dent Traumatol 2004; 20:246-50.
    Prokopowitsch I, Moura AA, Davidowicz H. Fatores etiológicos e predisposição dos traumatismos dentais em pacientes tratados na clínica endodôntica da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. RPG 1995; 2:87-94.
    Andreasen JO, Andreasen FM, Bakland LK, Flores MT. Traumatic dental injuries: a Manual. 2nd ed. Oxford: Blackwell; 2003.
    Sanabe ME , Cavalcante LB , Coldebella CR , Abreu-e-Lima FCB. Urgências em traumatismos dentários: classificação, características e procedimentos. Rev Paul Pediatr 2009;27(4):447-51.